Berlim, Alemanha, São Paulo, Brasil — 20 de agosto de 2025 — A Tropical Diaspora Records® anuncia com orgulho o lançamento histórico em vinil dos três primeiros álbuns do inovador coletivo afro-brasileiro paulistano Höröyá — uma trilogia transformadora que redefine o diálogo musical pan-africano no século XXI. Esta coleção meticulosamente elaborada representa o ápice de uma colaboração de anos entre o selo alemão e artistas brasileiros, resultando em Höröyá , Pan Bras'Afree'Ke Vol. 1 e Pan Bras'Afree'Ke Vol. 2 como edições premium gatefold impressas em vinil colorido que simboliza a herança da África Ocidental: amarelo, vermelho e verde.
Quebrando Correntes por Meio da Inovação Sônica: A Parceria Höröyá-Diáspora Tropical
A Tropical Diaspora Records®, em atividade desde 1999 e estabelecida como selo formal em 2015 pelo DJ e produtor brasileiro DJ Garrincha, tem defendido consistentemente narrativas musicais que exploram as experiências africanas e da diáspora africana. Com sede em Berlim, o selo emergiu da cena underground da cidade e se tornou uma plataforma para "criar uma narrativa musical forte sobre a África e a diáspora africana que vive no Brasil atualmente". Sua parceria com a Höröyá representa um alinhamento filosófico que vai além das relações típicas entre artista e selo, enraizado no que o cofundador do selo, Dr. Sócrates, descreve como um compromisso de "empoderar as pessoas com quem trabalhamos, dando-lhes a chance de controlar sua própria narrativa".
Höröyá se destaca como uma força revolucionária no cenário musical brasileiro, rejeitando conscientemente as tendências superficiais do Afrobeat que muitas vezes se transformaram em apropriação cultural.
Como o Dr. Sócrates articula em sua penetrante análise da importância da banda: "Não é correto escolher a herança e a criatividade de culturas oprimidas sem pensar nas repercussões. Isso é apropriação. Mas o Höröyá seguiu um caminho diferente. A banda de São Paulo não imita o Afrobeat ou o Afrojazz. Ela faz um uso consciente deles." Em um país com a segunda maior população negra do mundo, a abordagem do Höröyá constitui uma postura política radical contra a segregação racial e de classe generalizada no Brasil.
Trilogia de álbuns: Arquitetura visual e sonora da resistência
1. Höröyá [Vinil Vermelho] - The Foundation
O álbum inaugural estabelece a filosofia fundamental da banda de mesclar ritmos brasileiros com instrumentação da África Ocidental. Impresso em vinil vermelho, simbolizando o derramamento de sangue e a resiliência da Diáspora, esta edição dupla apresenta extensas notas de capa que traçam a formação da banda nas periferias de São Paulo e suas primeiras explorações da identidade afro-brasileira.
2. Pan Bras'Afree'Ke Vol. 1 [Vinil Amarelo] - The Bridge
O primeiro volume da série Pan Bras'Afree'Ke representa uma ponte musical deliberada entre o Brasil e a África Ocidental. Impresso em vinil amarelo, evocando o sol conectando os continentes, este álbum apresenta colaborações com músicos da Guiné, Mali e Senegal. A embalagem dupla inclui uma arte visual deslumbrante que mapeia as conexões culturais e geográficas entre São Paulo e a África Ocidental.
3. Pan Bras'Afree'Ke Vol. 2 [Vinil Verde] - The Flourishing
Completando a trilogia, o segundo volume, prensado em vinil verde, representa o crescimento e o fértil intercâmbio cultural entre a África e sua diáspora. Este álbum aprofunda a colaboração da banda com músicos da África Ocidental, gravado entre São Paulo e Bamako, e conta com participações especiais do lendário cantor e compositor brasileiro Chico César e do grupo vocal feminino Clarianas, que se concentra na "voz ancestral da mulher na música popular do Brasil".
Tabela: Especificações da Trilogia de Vinil Höröyá
| Título do álbum | Cor de vinil | Simbolismo | Colaboradores em destaque |
|---|---|---|---|
| Höröyá | Vermelho | Resiliência e sangue da diáspora | Höröyá e Músicos Africanos radicados em São Paulo |
| Pan Bras'Afree'Ke Vol. 1 | Amarelo | Sol conectando continentes | Músicos do Mali e Senegal |
| Pan Bras'Afree'Ke Vol. 2 | Verde | Crescimento e florescimento cultural | Chico César, Clarianas, músicos da África Ocidental |
Além da apropriação: o núcleo político do projeto de Höröyá
O vocalista do Höröyá, André Piruka, compreende profundamente o que significa ser afro-brasileiro na sociedade contemporânea. Suas composições musicais demonstram "profundo respeito e compreensão por uma tradição cultural que difere de certos estereótipos que ainda moldam a forma como o Brasil entende sua relação com a África". Essa abordagem contrasta fortemente com as tendências musicais ocidentais que frequentemente se apropriam de ritmos africanos sem reconhecimento ou contexto.
Como observa o Dr. Sócrates: "No Ocidente, a cena musical independente estava em crise, e o Afrobeat parecia oferecer uma boa oportunidade para redimir os músicos ocidentais que, diante de um presente vazio e despolitizado, pensavam que 'tornar-se africanos' poderia lhes dar um excedente muito necessário na indústria". Höröyá rejeita essa apropriação vazia, optando, em vez disso, por "voltar para a África, trabalhar com os mestres e trazer a África de volta ao Brasil".
O álbum mais recente da banda, Gri Gri Bá (que significa "o grande feitiço, o grande feiticeiro" em Malinke), representa o ápice dessa abordagem. A música conspira "para trazer de volta ao Brasil sua própria herança e reviver seu próprio passado, os próprios fundamentos de sua cultura". Esse projeto musical se torna uma forma de descolonização cultural, evidenciando "a alienação cultural da sociedade brasileira" e, ao mesmo tempo, criando "a trilha sonora dessa realidade".
Construção de Pontes Culturais: Instrumentos e Influências
O som do Höröyá representa uma fusão sofisticada de tradições musicais africanas e brasileiras. Suas gravações apresentam instrumentos africanos como o kamele ngoni e o djeli ngoni (tocados pelos músicos malineses Adama Koeta e Barou Kouyate), além de instrumentos brasileiros como a zabumba e o berimbau. Isso cria o que Piruka descreve como "uma proposta sonora incrível de instrumentos inusitados ouvidos juntos", que une a região do Sahel, próxima ao Saara, com o Sertão brasileiro, que compartilham semelhanças culturais e geográficas surpreendentes.
O trabalho da banda vai além da experimentação musical e aborda "a diáspora atual, a realidade do deslocamento econômico e social dos africanos contemporâneos no Brasil". Esse foco em experiências contemporâneas cria um diálogo cultural vivo e em constante evolução, em vez de tratar as influências africanas como artefatos históricos.
Itens de colecionador de edição limitada: disponibilidade e distribuição
Essas edições premium em vinil estão disponíveis no site da Tropical Diaspora Records e na página do Bandcamp ou em lojas de discos selecionadas no mundo todo.
Um novo capítulo no diálogo musical afro-diaspórico
Esta trilogia em vinil representa mais do que uma mera reedição de material anterior; constitui uma recontextualização deliberada da obra de Höröyá dentro do contexto mais amplo da resistência pan-africana e do intercâmbio cultural. Como a Tropical Diaspora Records afirma em seu manifesto: "A música sempre foi e é uma forma de resistência, um instrumento político e social que pode unificar e elevar pessoas de ascendência africana em todo o mundo" .
O compromisso da gravadora com esse princípio fica evidente na apresentação cuidadosa dos três primeiros álbuns do Höröyá como uma declaração filosófica coesa, em vez de produtos comerciais separados. Essa abordagem se alinha à sua missão maior de criar "uma narrativa musical sobre os povos que cruzaram o Atlântico da África para as Américas, o encontro com os povos originários e deu origem a expressões culturais que refletem tanto o horror quanto a esperança dessa experiência".
Sobre a Tropical Diaspora Records®
Fundada em Berlim pelo DJ Garrincha (São Paulo, Brasil) e acompanhada pelo acadêmico cultural e DJ Dr. Sócrates (Vigo, Espanha), a Tropical Diaspora Records® evoluiu de suas origens na cena underground de festas berlinense dos anos 1990 para se tornar uma plataforma para a exploração musical das experiências da diáspora africana. O nome do selo vem da série de eventos "Tropical Diaspora", que começou em 2008 como um espaço para celebrar e examinar criticamente as tradições musicais da diáspora africana.
