Música da diáspora tropical do Brasil e da Jamaica Duas diásporas afro separadas pela geografia, unidas pela resistência e pela luta.
Você já deve ter ouvido falar. Desde 2012, o frevo é reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial. O frevo pernambucano recebeu, então, o reconhecimento merecido, vindo de importantes instituições internacionais. Assim, pode ser celebrado como o incrível legado que é. Mas lamento decepcioná-lo. O frevo é reconhecido há muito tempo pelas pessoas que contribuíram para sua criação e prática. O selo da UNESCO significa apenas a monetização, pelas elites de Paris, Londres, Berlim, Nova York... de uma prática cultural que pertence a ninguém além das pessoas que a cultivam.
Originário dos desfiles carnavalescos das bandas militares, o nome Frevo significa ferver, pois a dança frenética faz ferver. Mas a dança toma da Capoeira o movimento como arma e disfarce, pois quem fervia nas ruas do carnaval pernambucano era a massa desregrada que ia e vinha sem direção reconhecível. Praticamente não há dança popular no mundo que não seja uma expressão de luta, uma forma de travar a luta.