As Margens Do Rio Doce [Pacote]

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Preço normal €59,99 incluindo IVA

Detalhes do produto

  • Tipo Pacote
  • EAN 0678247931632
  • Catálogo TDR034, TDR035
  • Lançamento 2025
  • Formato Vinil e Cassete
  • Tamanho 12"
  • Velocidade 33 RPM
  • Descrição Edição especial
  • Condição da manga Hortelã (M)
  • Condição de mídia Hortelã (M)

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☆☆ Preço especial limitado

PACOTE Vinil + Cassete☆☆

Álbum: As Margens Do Rio Doce

Final Cut Remasterizado para Vinil e Cassete


Música da diáspora tropical do Brasil e da Jamaica
Duas diásporas afro separadas pela geografia
unidos pela resistência.


Frevo & Ska as irmãs na resistência e na luta de classes.

Você já deve ter ouvido falar. Desde 2012, o frevo é reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial. O frevo pernambucano recebeu, então, o reconhecimento merecido, vindo de importantes instituições internacionais. Assim, pode ser celebrado como o incrível legado que é. Mas lamento decepcioná-lo. O frevo é reconhecido há muito tempo pelas pessoas que contribuíram para sua criação e prática. O selo da UNESCO significa apenas a monetização, pelas elites de Paris, Londres, Berlim, Nova York... de uma prática cultural que pertence a ninguém além das pessoas que a cultivam.

Originário dos desfiles carnavalescos das bandas militares, o nome Frevo significa ferver, pois a dança frenética faz ferver. Mas a dança toma da Capoeira o movimento como arma e disfarce, pois quem fervia nas ruas do carnaval pernambucano era a massa desregrada que ia e vinha sem direção reconhecível. Praticamente não há dança popular no mundo que não seja uma expressão de luta, uma forma de travar a luta.

Ska Maria Pastora retoma a tradição dos desfiles de frevo e a mistura com uma linha de baixo ambulante acentuada por ritmos fora do ritmo, ou seja, ska. Frevo e ska. Ska Maria Pastora mostra, como ninguém, o que significa revisitar o ska usando as harmonias do frevo para efervescer o ska jamaicano com o carnaval.

Jamaica e Brasil se fundiram em uma mistura única. O Nordeste brasileiro e o Caribe, dois lugares que testemunharam as primeiras revoluções da história moderna: as revoluções dos quilombolas. Frequentemente descritas como grupos de escravos fugitivos, elas foram autênticas revoluções populares, como no caso do grande Zumbi dos Palmares, o líder quilombola que ajudou a criar um imaginário de resistência e luta que perdura até hoje. Um dos pontos altos das revoluções negras nos territórios hoje conhecidos como Américas foi a revolução na colônia francesa de Saint-Domingue, liderada por Toussaint Louverture, que deu origem ao estado independente do Haiti, uma revolução que abalou os alicerces da metrópole francesa Paris. Nunca se esqueça dessas histórias ao ouvir a seção de metais da Ska Maria Pastora: a marcha dos quilombolas.

Nos conflitos pelo controle do tráfico atlântico de escravos e das lucrativas plantações de açúcar usadas como campos de extermínio da população negra, surgiu a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, que iluminou a história de Pernambuco até que as elites portuguesas do Brasil reconquistaram o enclave. Os holandeses incendiaram Olinda, capital da Nova Lusitânia. Mas antes disso, houve a pilhagem de Recife e Olinda por corsários e comerciantes ingleses. A UNESCO declarou o patrimônio colonial de Olinda Patrimônio da Humanidade em 1982. Um local de vergonha. Espanhóis, portugueses, ingleses e holandeses estavam todos envolvidos na reivindicação das terras que outrora pertenceram aos tupi-guarani. Mas o açúcar era uma mercadoria doce demais para os bolsos dos colonialistas deixarem os lucros do comércio irem embora. A história moderna do Nordeste do Brasil começa aqui, com campos de extermínio, genocídios em massa e potências imperiais lutando entre si pelo controle da produção de açúcar que primeiro invadiu a sociedade aristocrática europeia e mais tarde serviu como principal fonte de energia para as classes trabalhadoras empobrecidas que povoavam as fábricas da revolução industrial que empobreceria ainda mais o Sul Global.

A acumulação primitiva começou em lugares como Pernambuco e estilos como o Frevo representam a resistência criativa das populações em sua luta pela soberania. Assim como o Ska, que surgiu como uma combinação de Mento e Calypso caribenhos com jazz afro-americano e ritmos de Nova Orleans. Mais tarde, o Ska evoluiu para o Reggae, outro Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade nomeado pelos neocolonialistas da UNESCO. Mas o Reggae e o Ska não precisam do reconhecimento de nenhum organismo internacional elitista, pois se tornaram verdadeiros ritmos internacionais dos povos do Sul global. Isso também poderia ter acontecido com o Frevo, mas o Império Britânico sempre foi mais interessado em exportar seus produtos coloniais, assim como explorou a força de trabalho das Índias Ocidentais para abastecer seu complexo industrial na Grã-Bretanha. O que eles não previram foi a aliança entre emigrantes das colônias e jovens da classe trabalhadora britânica que deu origem à subcultura skinhead contra o preconceito racial.

Os destinos dos povos do Sul Global se cruzam em ritmos como o Ska e o Frevo, que se tornam hinos do verdadeiro internacionalismo.


Editado pelo Dr. Sócrates

Música de Deco Trombone
Arranjado por Ska Maria Pastora

Remasterizado e reeditado para vinil e cassete
por Tropical Diaspora® Records


Aviso Legal: As imagens mostradas são apenas para fins ilustrativos e de simulação e podem não ser uma representação exata do produto.